sábado, 8 de agosto de 2009

TPM




Pré...Pós...Trans...ou você se cuida durante vinte dias...ou passará os próximos dez sob a química da TPM. Fazem dias que quero comentar esse "desastre natural"...mais precisamente há quatro, quando ela começou a manifestar-se nesse mês, juntamente com a sensação de "mais uma vez você fez tudo errado", "você tem consciência do que fazer e como fazer para atenuá-la e ainda assim repete a coca-cola, a batata frita com sal e desta vez até o sandwich tranqueira do Mac Donald's...aiai...é a treva...", mais ou menos como uma máquina fotográfica na sua direção em um momento de relax, quando você não quer ser foco de nada, quer deixar sua celulite passar despercebida pela praia...



Nesse período tudo é motivo...até o que ninguém entende como motivo, pra você é agravante para justificar um gesto obsceno ou palavras sem doçura...
Diante da foto que escolhi para caracterizar essa sensação indescritível, comecei a arrecadar argumentos que me convencessem que não seria tão pesado apresentar os fatos como realmente são.



Em Escrevendo com a Alma, livro de Natalie Goldberg encontrei pérolas como uma citação de Jack Kerouac: "Aceite a perda irremediável
Seja submisso a tudo, receptivo, atento
Não há o que temer ou do que se envergonhar na dignidade de sua experiência, sua língua, seu conhecimento,
Seja apaixonado pela vida." E, onde a própria Natalie coloca referindo-se a um indivíduo quando está escrevendo:"Além disso, as primeiras impressões não são tolhidas pelo ego, por esse mecanismo em nós que tenta exercer o controle, tentando provar que o mundo é permanente e sólido, constante e lógico. O mundo não é permanente: é mutante e está repleto de sofrimento. Assim, se você expressa algo sem a influência do ego, o resultado também estará repleto de energia, pois expressará as coisas tal como são de verdade. Em vez de carregar o peso do ego em sua expressão, estará velejando nas ondas da consciência humana e usando seu arsenal de particularidades para retratar a viagem."

Então queridos, pra quem nunca sentiu esse desconforto peculiar, considero este retrato uma bela expressão da turbulência feminina interna nesses dias de TPM. Especialmente da mulher moderna...



Aliás, F_ _ _ _ - SE as que consideravam-se espertas e começaram esse movimento imbecil que é o FEMINISMO. Uma coisa é a mulher trabalhar por necessidade de ajudar "os seus" como está bem colocado na revista bons fluidos desse mês... "a pesca encabeçada pelos homens, não oferece a fartura de antigamente. Desde a construção da usina hidrelétrica de Pedra do Cavalo, há cerca de duas décadas, a atividade foi prejudicada pela redução dos peixes. Coube, então às mulheres batalharem pelo pão de cada dia, e isso inclui as idosas." Ou tantos outros motivos como fazer o que gosta, realizar-se profissionalmente com isso...enfim, cada uma que seja feliz como, com o que, com quem, ou de que forma quiser...agora...igualar-se ao homem...por favor...A MULHER NUNCA SERÁ IGUAL AO HOMEM, PORQUE ELA É MULHER, existe uma ciência milenar que se chama medicina chinesa e diz que a mulher é YIN e o homem é YANG, ou seja, são OPOSTOS E COMPLEMENTARES...NÃO SÃO IGUAIS, "queridas imbecis".



Certa vez, conversando com um pagé do Xingu(aquele que recebeu a Gisele Bünchen e o Leonardo di Caprio na Amazônia), na casa de uma curandeira xamânica, umas das "bruxas" da ilha de Santa Catarina, a Minerva, ele me disse uma coisa que ecoa na minha cabeça como se estivesse ouvindo hoje: "minha filha, a mulher moderna sofre muito hoje em dia no seu período menstrual porque o mundo moderno "não tem tempo" para a sua natureza...lá na aldeia neste período elas são isoladas da tribo...seus afazeres mudam, sua alimentação muda, sua rotina é respeitar sua natureza, essa é sua única obrigação. Já vocês nunca cessam essa correria, e a alopatia sempre tem uma droga nova para disfarçar sua essência...e esconder os sinais que seu corpo manifesta de quando é hora de parar".


Ou seja... elas são isoladas do contato com os homens, logo, não são homens. Em A Tenda Vermelha, de Anita Diamant encontro uma citação que me faz lembrar também o que acontece na tribo do pagé..."na penumbra rosada da tenda vermelha, a tenda menstrual, elas corriam os dedos pelos cachos de meu cabelo, repetindo os relatos das escapadelas de sua juventude, as sagas de seus partos. Suas histórias eram como oferendas de esperança e força derramadas diante da Rainha do Paraíso, apesar de não se destinarem a nenhum deus ou deusa, mas a mim".


Mulheres, resgatemos nossa ternura, nossas particularidades, nossa cumplicidade em assuntos só nossos... prezemos pela nossa natureza e respeitemos nossa essência com vigília aos nossos hábitos da vida diária, cuidemos de nós mesmas e umas das outras, pra que possamos evitar de nos corromper na correria do dia a dia, ao que o mundo espera de nós. O mundo que espere, pois se nossa saúde não estiver hígida, não terão mais homens, nem mulheres, iguais ou diferentes.


NAMASTÊ

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